Além de professor sou também aluno. Faço doutorado na USP e venho sentindo alguns efeitos da greve em meu cotidiano. Nada fatal, apenas falta de biblioteca, bandejão, cepeusp, e uma aula cancelada hoje em virtude da violência no campus. Ontem, helicópteros sobrevoavam a USP enquanto o Datena ao vivo narrava o conflito. Sociedade do espetáculo.
Como estudante mais experiente (talvez pelego para alguns), tendo a ser contrário a estas greves que costumam ocorrer no meio do primeiro semestre a cada dois anos. Participei de várias e já vi estupidez e violência dos "dois" lados. Raros foram os efeitos positivos destas manifestações - como por exemplo o próprio encontro de pessoas e eventualmente alguma reivindicação.
Mas este ano a coisa ficou bem mais feia. Desde a ditadura não havia um confronto desta magnitude dentro da USP. O que era uma greve quase banal se tornou mais um símbolo de barbárie oficializada a ser cravado nos anais da história brasileira. A presença da PM, que supostamente ajudaria a manter a ordem, acabou se tornando a principal causa de tumulto e desordem. Aliás, a UNICAMP acabou de entrar em greve como resposta à violência policial.
Como disse Demétrio Toledo, Serra “conseguiu transformar uma greve de funcionários da USP, parcial e de baixa adesão, em uma das maiores besteiras que alguém já cometeu ocupando um cargo de governo (consciente ou inconscientemente)"
Veja as cenas captadas pelos "celulares amadores" de alunos:
Agora compare o vídeo anterior com a versão oficial, nesta reportagem na TV aberta. Benditos sejam os celulares amadores...
Pois é. É como se toda a política se resumisse àquela pergunta que ouvimos desde os cinco anos: "quem começou?".
Haja educação...
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