Diz o artigo Agroecologia faz de assentamento modelo de sustentabilidade:
Texto e Fotos por Mauricio Monteiro Filho
"No meio da paisagem monótona do epicentro canavieiro do Brasil - a região de Ribeirão Preto, Nordeste do estado de São Paulo -, o assentamento Sepé Tiarajú, localizado no município de Serra Azul (SP), lembra um oásis de diversidade. Cravado entre lavouras de cana-de-açúcar, o terreno, que é o primeiro Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) paulista, está se tornando um modelo viável de produção alternativa à monocultura e um exemplo de reforma agrária bem-sucedida. Isso se tornou possível graças à opção do PDS pelo uso dos sistemas agroflorestais (SAFs).
Os SAFs são formas de cultivo que associam árvores com espécies frutíferas e lavouras anuais, com ou sem a presença de animais. Na prática, permitem um ganho de diversidade em relação à monocultura, uma vez que mesmo lotes menores passam a gerar vários tipos de produtos e se tornam fontes de renda sustentáveis para pequenos e médios lavradores. Outra vantagem é que os SAFs não exigem o uso de insumos químicos e nem desmatamento, já que podem aproveitar a cobertura vegetal já existente.
Agnaldo Vicente de Lima, presidente da Associação Agroecológica Sepé Tiarajú (Agrosepé), que representa os assentados, é o produtor que há mais tempo implantou o SAF em seu lote. "Essa é uma bagunça que dá vida à terra", diz ele, referindo-se à aparente desordem de sua lavoura."
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